1ª AVALIAÇÃO DE FILOSOFIA. PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO MÉDIO. TURMAS F, G, H.

 

Escola Estadual Prefeito Domingos de Souza
1ª Avaliação de Filosofia das Primeiras Séries do Ensino Médio. Turmas: F, G, H.
Entrega até o dia 24 (vinte e quatro) de abril de 2023.
Valor da Atividade: até 3,0 (três) pontos

 ORIENTAÇÕES ÀS/AOS ESTUDANTES:

1.Atentar-se ao prazo de entrega. Não serão recebidas resoluções expirado o período de entrega.

2.Não deixe para efetuar a resolução desta atividade próximo ao prazo de entrega. Organize-se.

3.Não empreste a sua resolução para suas/seus colegas copiarem. Por duas razões:

3.1.Suas/seus colegas não aprenderão alguma coisa apenas copiando aquilo que você elaborou;

3.2.Você dividirá com suas/seus colegas a nota atribuída.

4.Em caso de dúvida, não hesite, procure o professor Marco Aurélio para saná-las.

5.A resolução desta atividade deve ser entregue única e exclusivamente para o professor Marco Aurélio (a entrega para outra pessoa pode acarretar em extravio da resolução).

6.A entrega da resolução deve ser realizada durante o tempo das aulas na sua turma ou no final do período escolar, às 12h30 (não serão aceitas as entregas de resoluções no horário de outras turmas, diferentes da sua).

Caríssimas estudantes/Caríssimos estudantes,

Espero encontrá-las/encontrá-los bem.

Por gentileza, favor ler atentamente ao texto abaixo:

 

Texto Introdutório.

O que é análise?

Durante este ano letivo de 2023, a pretensão deste professor de filosofia é ensiná-las/ensiná-los a realização de três procedimentos intelectuais: analisar, refletir e especular. Lembro a vocês que, embora apresentem muitos pontos em comum, estes procedimentos são executados de maneira específica quando utilizados pelo conhecimento filosófico, isto é, a análise filosófica é diferente das análises realizadas pela ciência, pelas artes e pela religião; assim como a reflexão filosófica é distinta das reflexões efetuadas pela ciência, pelas artes e pela religião; por conseguinte, a especulação filosófica é particularmente outra quando comparada as especulações elaboradas pelos conhecimentos científico, artístico e religioso.

Neste momento do ano letivo (virada do primeiro para o segundo bimestre), estamos debruçados sobre a análise. Vimos a etimologia desta palavra: de origem grega, a palavra “análise” resulta da junção das palavras “ana” (ana-) e “lise” (-lise). A tradução literal para a palavra “ana” é a seguinte: movimento parabolar de cima para baixo e debaixo para cima. Já a tradução literal para a palavra “lise” é esta: separar, dividir, fragmentar, fracionar, decompor, desmontar, destruir.

Etimologicamente, portanto, a palavra “análise” significa o movimento de separação (ou divisão, ou fragmentação, ou de fracionamento, ou de decomposição, ou de desmontagem, ou de destruição) de determinada coisa ou determinado objeto de maneira extremamente rigorosa (de cima para baixo e debaixo para cima). Análise, pois, é adentrar; análise é aprofundar os conhecimentos sobre determinada coisa ou determinado objeto. Análise é efetivamente a busca minuciosa por conhecer algo.

Caso vocês, estudantes, consultarem o Novíssimo Aulete Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, encontrarão, no verbete da palavra “análise”, os seguintes dizeres: substantivo feminino. 1.Estudo de um todo pelo exame de suas partes. [Por exemplo]: análise de uma amostra de sangue, análise de um texto. 2.O resultado desse estudo. 3.Exame, avaliação, crítica. Etimologia – do grego analise.

Já se vocês, estudantes, consultarem o Dicionário Houaiss Conciso, encontrarão no verbete da palavra “análise” os seguintes dizeres: substantivo feminino. 1.estudo das diversas partes de um todo ([por exemplo,] análise de uma substância). 2.investigação; exame.

Se vocês, estudantes, prosseguirem com a pesquisa e consultarem o Dicionário Básico Escolar de Filosofia, elaborado por Marly Netto Peres, encontrarão, no verbete para a palavra “análise”, os seguintes dizeres:

 Operação mental que consiste em decompor um fenômeno ou um conceito em partes, mostrando como elas se encaixam ou se encadeiam. O procedimento analítico faz o contrário do sintético (que organiza um novo conjunto de elementos até então separados ou associados de outra forma). Analisar é explicar o que a síntese permite compreender. Raciocínios de tipo matemático são analíticos, e explicações de tipo filosófico são sintéticas. Por exemplo: em uma análise de sangue, o profissional decompõe o sangue nos diferentes constituintes – plasma, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos etc. Explicar um fenômeno é procurar suas causas. Dependendo da ótica, pode-se procurar e explicar um suicídio, por exemplo, procurando as determinantes sociais que o provocaram. Mas compreender, ao contrário, supõe uma consideração global do suicídio, considerando o sentido, a intenção, os condicionantes etc.

             O professor Prosa Júnior explica o que é análise e como realiza-la da seguinte maneira:

https://www.youtube.com/watch?v=ykn4IkeCJ4k

            Em sala de aula, se vocês estão lembrados, sintetizamos e analisamos coletivamente o seguinte poema composto pelo poeta curitibano Paulo Leminski:

ana vê alice
como se nada visse
como se nada ali estivesse
como se ana não existisse

 vendo ana
alice descobre a análise
ana vale-se
da análise de alice
faz-se Ana Alice

 

            Vimos que o primeiro movimento para conhecer de fato determinada coisa ou determinado objeto, seja este objeto algo concreto ou algo abstrato, é realizar a síntese.

            Realizada a síntese e desperto o interesse, promovemos o desmembramento do resultado da síntese, isto é, a análise. No caso deste poema, em nossa análise observamos que:

             Primeiro, este poema é composto por palavras; parte destas palavras componentes do poema se repetem em diferentes versos (ana, alice, como, se, nada, análise); parte destas palavras que se repetem em diferentes versos ocupam o mesmo lugar nos versos, independente do verso onde são localizadas (como, nada).

            Segundo, este poema não tem título (por que será?).

            Terceiro, este poema não tem pontuação (por que será?)

            Quarto, com exceção do último verso do poema, os nomes próprios (Ana e Alice) estão escritos inicialmente com letra minúscula – ana e alice. Em nossa língua, a portuguesa, convencionou-se escrever os nomes próprios iniciados por letras maiúsculas.

            Quinto, o poema tem rima; com exceção do quinto verso (refiro-me ao primeiro verso da segunda estrofe), quase todos os versos deste poema terminam com a mesma sonoridade (-ice, -isse, -esse, -ise, -e-se).

            Sexto, a primeira estrofe, visualmente, representa o processo de síntese – as palavras estão agrupadas, muitas delas repetem-se no mesmo lugar, conforme dito antes; há rima contínua (alice, visse, estivesse, existisse); há uma progressão aritmética na quantidade de palavras por verso (3, 4, 5, 5).

            Sétimo, a segunda estrofe, visualmente, representa o processo de análise – as palavras estão mais separadas; as palavras que se repetem não aparecem nos mesmos lugares nos diferentes versos; há uma quebra na rima logo no primeiro verso (ana não rima com análise, nem com vale-se, nem com alice ou Alice); a quantidade de palavras por versos não segue uma lógica aparente como na estrofe anterior (2, 4, 3,4, 4).

            Por fim, a palavra “análise” tem sonoridade parecida com o nome próprio composto Ana Alice. Entretanto, se a palavra “análise” quer dizer separação, o nome próprio composto Ana Alice quer dizer o contrário, isto é, união; logo, síntese.

 

Proposta da Atividade.

Por gentileza, leia os seis discursos abaixo atentamente, ESCOLHA UM entre eles e analise-o.

 

Discurso 1

Amanhã será melhor, composto por Solano Trindade.

 

Nas manhãs de sol
O trabalhador
Sai pra trabalhar,
Nas manhãs chuvosas
O trabalhador
Sai pra trabalhar.
É a natureza
E o trabalhador
Sempre a trabalhar
Que constrói o mundo
Que constrói a vida
Sempre a trabalhar.

 

Quais as esperanças
Do trabalhador?
Não posso dizer
Ele dá tudo
Nada ele tem
Quais as esperanças
Do trabalhador?

 

Pelos campos
Pelas fábricas
Estou sempre a perguntar
Quais as esperanças
Do trabalhador?

 

Nas zonas miseráveis
Eu fico a perguntar
Quais são as esperanças
Do trabalhador?

 

Nos hospitais
Nas cadeias
Eu fico a meditar
Quais as esperanças
Do trabalhador?

 

Toma forma de ritmo
Toma forma de canto
Sempre a mesma pergunta
Quais as esperanças
Do trabalhador?

 

Discurso 2

Puta, composto por Matriarcak

 


Discurso 3

Motim, composto por Flora Figueiredo.

 

Estou de saída
e que ninguém me siga.
Quero falar sozinha,
chutar a sombra,
cuspir no prato.
Rasgar a censura,
perverter a seita,
maldizer o gato.
Reduzir a etiqueta a pedacinhos,
desembarcar onde o lugar é descaminho,
esquecer o bicho em extinção.
Sem pedir permissão
quero ficar comigo
e, se for preciso, me ponho de castigo.

 

Discurso 4

O último salva todos, composto por Beká.

 

Discurso 5

Dois e Dois: Quatro, composto por Ferreira Gullar.

 

Como dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena

 

Como teus olhos são claros
e a tua, morena
como é azul o oceano
e a lagoa, serena

 

como um tempo de alegria
por trás do terror me acena

 

e a noite carrega o dia
no teu colo de açucena
- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena

 

mesmo que o pão seja caro
e a liberdade, pequena.

 

Discurso 6

Salve América!, composto por Miriam Alves.
 Ah!
Esta América Ladina
Ainda nos roubam o fígado, os filhos
Nos roubam a sorte
            A morte
            O sono

 

Ah!
Esta América Ladina
As três caravelas pintaram destinos
Santa Maria, nada teve a ver comigo
Pinta, roubou-me o colorido natural
                                               de ser eu mesma
Nua, enfiou-me pela goela
                        Mamadeira de sangue, sal e urina
Até hoje me Nina em seus podres berços de miséria

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